A primeira vocação da Lua Branca, antes mesmo de se tornar uma pousada, foi de ser um espaço de residência artística. Desde 2014 vimos realizando programas para grupos e residências artísticas individuais dentro de uma perspectiva experimental e multidisciplinar que a arte contemporânea contempla. Carol Pedalino, nossa anfitriã, tem diversas formações em arte, incluindo um mestrado na França, o que lhe permite orientar, acompanhar e colaborar com os diversos artistas que por aqui já passam. Artes do corpo e música são nossas principais áreas de pesquisa, mas o cruzamento com outras linguagens também é desejado. Os espaços cênicos e o campo etéreo do lugar são perfeitos para artistas em pesquisa e criação se inspirarem.
4 edições realizadas sendo 2 delas independentes e 2 subsidiadas pelo Governo de Minas e o fundo internacional Iberescenas
O Entre Serras é um espaço de práticas e questionamentos.
O Entre Serras é um lugar de imersão, troca e fortalecimento.
É um campo de experimentação e produção de ideias.
É uma experiência coletiva e individual.
É um mergulho profundo na escuta e percepção.
Idealizado pelas artistas e dançarinas Carol Pedalino, Dasha Lavrennikov e Aline Bernardi, o Entre Serras: Residências Artísticas e Poéticas da Sustentabilidade, surge da necessidade e de interesses mútuos em expandir o fazer artístico para fora dos grandes centros em direção a uma política de projetos comunitários, ecológicos e sustentáveis. Nos últimos anos, Carol, Dasha e Aline semearam parcerias permeadas por vivências artísticas e comunitárias (residências artísticas, encontros de dança na natureza, performances, ações educativas e intercâmbios nacionais e internacionais) que fomentaram uma base de trabalho em arte no contexto rural e a aproximação com questões locais, estimulando a criação de uma rede afetiva de troca de experiências.
Desterritorializar, descentralizar e descolonizar. Por que dançar no fim do mundo?
O Entre Serras incentiva o deslocamento espaço-temporal numa perspectiva política de investigar e praticar arte no campo, o que destaca o desejo de resgatar e reinventar valores deste contexto. Busca-se um diálogo com áreas do conhecimento que levem em conta processos holísticos e a construção de um modo de vida que enriqueça o sentido de autopoiésis. Deste modo, a permacultura, a ecologia profunda, o dragon dreaming, a comunicação não violenta, a economia solidária e outros saberes e tecnologias sociais, se integram a processos artísticos e alimentam questões estético-político-éticas na busca de soluções e ações que sustentem as mudanças dos paradigmas ambientais, econômicos e sociais atuais.
Para que, quem, e como que eu estou criando, pesquisando e dançando?
Estar em residência artística é praticar a colaboração, o intercâmbio e o sentido de vida comunitária; é potencializar o encontro, fortalecer as redes, amalgamar conhecimentos e descobrir aspectos de si mesmo através do contato com o outro.
Na ecovila Gamarra estabelecemos durante o Entre Serras uma comunidade artística temporária colocando em questão princípios de individualização x coletivação e estratégias de sustentabilidade social e econômica da arte contemporânea.
Recortar poesias na paisagem, no movimento das cores, dos sons, das luzes e formas da natureza.
O Entre Serras propõe uma expansão dos sentidos para abertura do campo da criação. Valendo-se da natureza abundante do santuário do vale do Gamarra e do modo peculiar da vida rural, a residência pretende ser um lugar para se ver além do comum, para, sem distrações, mergulhar em questões próprias essenciais para o fazer artístico. Absorver o bem estar e transformá-lo em criação e poesia.
Pesquisar o movimento sob os parâmetros do tempo dilatado do campo.
Contrariando as práticas de fragmentação de tudo que vem junto com o sistema neoliberal (a especialização, a rapidez, a eficácia) evocamos a necessidade de perguntarmos e criamos coletivamente práticas holísticas de trabalho onde a arte possa se fundir com o cotidiano e com os hábitos e as tarefas diárias. Como podemos criar políticas de sustentabilidade do ser, da relação com o outro e com o planeta? O projeto visa criar um ambiente onde a lógica da produção cultural é desconstruída para se criar um novo sistema de valores.
Sustentabilidade pode ser pensada a partir de algo que tem durabilidade, algo que não se esgota, algo que deve gerar frutos e irradiar no tempo e no espaço.
Que corpo é esse que pede uma reaproximação da terra?
O corpo urbano carrega marcas de informações imprimidas através de estímulos sonoros, visuais, olfativos e outros tantos que a cidade oferece. Em resposta e/ou em questionamento, corporeidades, ritmos e movimentos são produzidos nesta esfera onde o ambiente é determinante na criação artística. Se por um lado a estética urbana pode ser extremamente interessante, por outro ela pode ser o indicador da saturação do corpo impregnado de poluição e informações cibernéticas que o distanciam de fontes vitais.
Partindo da ideia de um “eco-corpo”, investigamos como o ambiente rural, a alimentação natural, a vida comunitária, a permacultura, a ecologia profunda e todo o processo de busca de integridade do ser com o meio ambiente influencia na criação artística.
Encontro para bailarinos e amantes do movimento na natureza
Idealizado por Carol Pedalino, o Dança in Natura surgiu com o propósito de integrar o prazer de dançar e estar na natureza, movimentando o ser criativo de cada um.
O Espaço Lua Branca é um refúgio para a criação, o bem-estar e encontros inspiradores. Um lugar para desenvolvimento artístico, cultural e espiritual, praticando um novo modo de vida em harmonia com a natureza.
© Todos os direitos reservados